RESENHA: A CULPA É DO AMOR







Título: A culpa é das estrelas
Original: The Fault in Our Stars
Autor(a): John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Avaliação: ★★★★★ 


“Todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa.”


Markus Zusak (autor do best-seller A menina que roubava livros) não estava brincando quando deu sua opinião sobre o livro “A culpa é das estrelas”, de John Green:
“Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais”, disse Zusak.


Esta frase estampada na capa do livro exemplifica o que os leitores sentirão (se você estava em Marte e por algum motivo não leu ainda) ao desfrutar cada capítulo deste, que é para mim um dos melhores livros que já li. A culpa é das estrelas não é só mais um romance no melhor estilo “água com açúcar” desses que vemos atualmente; é a estória de dois jovens, que unidos pela mazela do câncer, vivem um sentimento arrebatador que os farão descobrir não só o amor verdadeiro, como também propiciarão aos dois os melhores (e últimos) momentos de suas vidas.

Todo salvamento é temporário — o Augustus retrucou. — Eu proporcionei a elas mais um minuto. Talvez esse seja o minuto que vai proporcionar a elas mais uma hora, que é a hora que vai proporcionar a elas mais um ano. Ninguém vai dar a elas uma quantidade infinita de tempo, Hazel Grace, mas a minha vida deu a elas mais um minuto. E isso não é pouco (Gus).

A trama narra a vida de Hazel Grace, uma garota de 16 anos e paciente terminal de um câncer de tireoide -embora seu tumor tenha diminuído bastante graças a um milagre da medicina-, o que a faz viver alguns anos a mais. De personalidade forte, ela abandonou a escola e passa seus dias assistindo a série de tevê America’s Next Top Model. A única coisa que fere Hazel profundamente é o fato de seus pais deixarem suas vidas de lado para cuidarem da filha - além de carregar um cilindro de oxigênio acoplado em seu nariz pra cima e pra baixo, para que possa respirar com mais tranquilidade -, o que a deixa bastante deprimida. Ela acaba então, sendo obrigada pela mãe a participar de um grupo de apoio a crianças com câncer (algo mais deprimente ainda, como diz a própria Hazel). Um belo dia, um jovem chamado Augustus Waters (mais conhecido como Gus), aparece em sua vida para mudá-la completamente. Gus é um rapaz de 17 anos, ex-jogador de basquete que perdeu uma de suas pernas - devido a um osteosarcoma - o que não quer dizer que ele seja um protagonista coitadinho. Ao contrário, Gus é irônico, inteligente e com um ótimo senso de humor, sempre andando com um cigarro na boca, o que deixa Hazel, irritada quando o conhece, pois não ela acredita que ele possa fumar mesmo tendo tido um câncer. (Aqui vemos na verdade, que o uso do cigarro é uma metáfora. Gus põe o cigarro na boca, para enganar a morte e lutar contra ela). 






Uma das paixões de Hazel é a leitura. Seu livro favorito é Uma Aflição Imperial, já o tendo lido inúmeras vezes, mas o livro em questão acaba num momento crucial da história e sem um final definido, o que deixa Hazel curiosíssima para saber qual foi o destino dado a seus personagens favoritos (o homem das tulipas holandês, Anna, sua mãe e o hamster). Fã número 1 do autor, Peter Van Houten, ela manda várias cartas ao escritor, mas ele nunca as responde. Após apresentar o livro a Gus, que também fica louco pelo enredo, ele resolve levá-la à Amsterdã, local onde o escritor mora para conhecê-lo e assim descobrir o que aconteceu com aqueles que tanto ama. O casal viaja graças à Fundação Gênio, que se dedica a realizar o desejo de crianças doentes. Os dois acabam conhecendo Peter, que se mostra indiferente (graças a um segredo, que descobrimos depois). Amargurado, ressentido e muito mal educado, o autor se entregou ao álcool e não pensa mais em escrever. O personagem ranzinza torna-se fundamental para o desenvolvimento da narrativa e da vida de Hazel e Gus. 

O livro é uma dessas obras que fazem você ficar refletindo por um longo tempo e se perguntando se tal história não poderia ser a sua. Você não consegue se desgrudar da obra, de tão intensa que ela é; mostrando uma narrativa arrebatadora e com personagens bastante críveis. Nascido em Indianápolis (Indiana) - local onde se passa a história-, John Green, graças à obra tornou-se um dos escritores norte americanos mais queridos pelo público jovem, sendo também aclamado pela crítica literária. Com mais de um milhão de seguidores no twitter, é autor best-seller do The New York Times e ganhador de diversos prêmios. A Culpa é das Estrelas não agradará somente aos jovens, mas também aos adultos, por tocar com bastante sinceridade e melancolia na discussão vida-morte. A culpa é das estrelas é uma obra dolorosamente bela e que mexe com o espírito de quem a lê. É inspiradora, doce, irreverente e emocionante. E se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo... 

Quote que melhor explica o livro:
(...) Não posso falar da nossa história de amor, então vou falar de matemática. Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros. Um escritor de quem costumávamos gostar nos ensinou isso. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais números do que provavelmente vou ter, e, por Deus, queria mais números para o Augustus Waters do que os que ele teve. Mas, Gus, meu amor, você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito. Eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e sou muito grata por isso.




Quem nunca?


P.s: Odeio John Green (sério) ! 
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